Na foto vemos a viuva do diretor gaúcho Pereira Dias(Vanoly Pereira Dias) Diretor dos filmes com José Mendes. Maria Therezinha Pereira Dias
*crédito da foto: Ramiro Furquim/sul21
*A Casa do Artista Riograndense está com a lotação (quase) esgotada. Nessa pitoresca república fundada em 1949 no bairro Glória, em Porto Alegre, cabem onze pessoas, mas atualmente fazem parte do elenco nove moradores de 60 a 84 anos. São atores mais ou menos inativos que já tiveram seus momentos de brilho em palcos, passarelas, picadeiros e estúdios de filmagem ou gravação, mas não abrem mão do direito de trabalhar. Ali, ninguém se considera carta fora do baralho. Eternamente na berlinda, alguns fazem bicos, outros pontas, de preferência na atividade artística original. Os que não têm mais força para perseguir a fama e a fortuna como em outras temporadas satisfazem-se contando ricas histórias pessoais que dariam bons enredos para contos, novelas ou romances. O que nem sempre existe é platéia para tantos corações solitários.
No bairro Glória, o retiro dos artistas tem lugar para 11 pessoas
No momento, a única dama da casa é Maria Therezinha Pereira Dias, viúva de Vanoli Pereira Dias, que ficou na história como o diretor da maioria dos filmes de Teixeirinha. Ela nasceu em 1927 no alto da rua Coronel Bordini, no bairro Moinhos de Vento, e se criou na rua Jacinto Gomes, no Bom Fim. O pai de origem alemã (sobrenome Eirth) tinha uma gráfica que durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi absorvida pela tipografia da Livraria do Globo. Recém-formada cabeleireira, casou aos 19 anos com o ator Vanoli Pereira Dias, com quem “mambembou” pelo Brasil durante uma década, apresentando-se como Lair Dias ao lado de Procópio Ferreira e Bibi Ferreira, entre outros atores menos famosos.
Com dois filhos, cansada de cozinhar papinhas em espiriteiras e lavar roupas em pias de hotel, voltou para Porto Alegre, onde se conformou com o papel de ex-(primeira)mulher de Pereira Dias – ele morreu em 1989, aos 64 anos, após o quinto casamento. Apesar de separados, os dois se viam com alguma frequência. O último encontro foi casual, na ponte onde se cruzam as avenidas Ipiranga e Getúlio Vargas, sobre o arroio Dilúvio, em Porto Alegre. “Quero te dizer uma coisa”, sussurou ele, muy jururu, abatido pelo diabetes. Ela não o levava muito a sério, mas ficou comovida com sua última fala: “Tu foste o primeiro, único e verdadeiro amor da minha vida”. Ainda hoje ela diz o mesmo dele. Nunca teve coragem de casar de novo, apesar de ser muito cobiçada nos bastidores da vida artística enquanto morou no Rio e em São Paulo.
Maria Therezinha foi modelo de escolas de arte. No centro do quadril se destacavam as covinhas que imortalizaram a Vênus de Milo. “Talvez ainda estejam aqui.”
Magra, tinha o corpo bem feito, tanto que foi modelo vivo de escolas de arte. Os professores gostavam de mandar desenhá-la nua, de costas, pois no centro do lindo quadril se destacavam as covinhas que imortalizaram a Vênus de Milo. “Talvez ainda estejam aqui”, diz ela, passando a mão nas costas, cobertas por um robe colorido, presente do único filho vivo, Pedro, 64 anos, artista plástico em Florianópolis. O caçula morreu em 1976 aos 21 anos. Tinha o mesmo nome do pai, com quem trabalhava na produção dos filmes de Teixeirinha. Tragédia: com sua câmera, Vanoli Filho procurava um bom ângulo de filmagem do Auditório Araújo Vianna quando despencou de uma altura considerável. Um ano depois, quando parecia curado, morreu de um aneurisma provavelmente causado pela queda do alto. É a história mais triste de Therezinha, que há dois anos foi atropelada quando tentava pegar um ônibus na Glória. Hospitalizada durante mais de um mês, recuperou-se nas casas de uma irmã e do filho. Apenas há cinco meses voltou à Casa do Artista, onde reencontrou seu quarto intacto, no fundo do corredor do primeiro andar (a casa é um sobrado). Durante sua ausência, morreram as outras três mulheres que também moravam no pensionato. Seus quartos foram ocupados por novos remanescentes da ribalta portoalegrense.
*Fonte do texto e foto da viuva de Pereira Dias: http://sul21.com.br/jornal/2011/07/oito-coringas-e-uma-dama-de-fino-trato/
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Sobre o diretor gaúcho Pereira Dias ( Vanoly Pereira Dias ), que dirigiu os filmes do José Mendes:
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* Para filmes e vídeos no DVD. Contato com o colecionador João filmedecinema RS: E-mail: filmedecinema@bol.com.br
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